CINE-CONCERTOS
Data: 28 de junho a 3 de julho de 2011
Local: Centro Cultural do Banco do Brasil Brasília
Horários: Ver programação
ENTRADA FRANCA
Informações: (61) 3310. 7087
Mostra inédita no promove nove sessões gratuitas de cinema ao ar livre, com música ao vivo, tocada por músicos franceses
*Projeto marca a estréia do trabalho da ARFI em Brasília
*Músicos vão executar trilhas originais para clássicos como Nanook, o esquimó, de Robert Flaherty
CINE-CONCERTOS é uma iniciativa inédita, criada por músicos profissionais que desejavam promover o diálogo entre som e imagem, atuando sobre cenas filmadas já há quase um século, mas com um olhar contemporâneo. O resultado surpreende até os mais desavisados. Afinal, como será (re) ver o clássico Nanook, o esquimó, de Robert Flaherty, ao som do jazz? Este é o convite dos grupos Baron Samedi e Le Workshop de Lyon. CINE-CONCERTOS tem curadoria de Jean Bourdin e Sérgio Moriconi.
O projeto brasileiro dos CINE-CONCERTOS vai promover, na área externa no CCBB em Brasília, nove sessões de cinco diferentes programas do grupo, ao longo de seis dias de apresentações. Serão executadas trilhas sonoras de Nanook, o esquimó; de Koko, Le Clown, um dos palhaços mais antigos do cinema mundial; do belo documentário Chang; CINESCLAFF'ARFI: Harry Langdon não é perigoso, com filmes de um dos mais consagrados comediantes dos primeiros tempos do cinema; e uma compilação batizada de Cinerir’arfi, que reúne curtas-metragens de alguns dos maiores mestres da comédia da história do cinema mundial: Buster Keaton, Charlie Chaplin e Laurel e Hardy.
Os programas serão projetados num grande palco montado para o evento no jardim do CCBB e abertos tanto para o público adulto como para crianças. Os espectadores brasileiros poderão tomar contato, por exemplo, com as pequenas histórias de Koko, o palhaço criado pelos irmãos Fleischer ainda na década de 1920 – a sessão de Koko inclui nove filmes animados pelo personagem e concebidos entre 1919 e 1928. Ou ainda conhecer a história de Chang, um pequeno elefante nascido na selva tailandesa e cuja vida foi registrada por Meriam C. Cooper e Ernest Schoedsack, em produção de 1927. Imagens de rara beleza e grande sensibilidade. CINE-CONCERTOS é programa para reunir a família e se emocionar.
Le Workshop de Lyon e Baron Samedi são apenas dois dos muitos braços de atuação da ARFI - Association a la Recherche d'un Folklore Imaginaire, organização sediada em Lyon e que reúne músicos profissionais franceses – outros sub-grupos da instituição são Marvelous Band e Marmite Infernale, num total de 15. CINE-CONCERTOS foi criado em 1987 com a proposta de oferecer uma visão diferente do cinema, ou seja, contar com a presença de músicos e composições modernas como trilha sonora para filmes mudos que, assim, ganham outra dimensão. A iniciativa deu tão certo que a execução ao vivo da trilha que o grupo compôs para o clássico O Encouraçado Potemkin, de Serguei Eisenstein, por exemplo, já contabilizou mais de 100 apresentações, em vários países da Europa. ARFI reúne músicos experientes como Jean Bolcato (contrabaixo, voz), que tem mais de 30 anos de presença no jazz francês, e Christian Rollet (bateria, percussão), que já participou de mais de 1.000 concertos pela Europa.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Alguns filmes são indissociáveis de sua trilha sonora. Como considerar E o vento levou, de Victor Fleming, sem a épica música de Max Steiner? Ou assistir a Amarcord, de Federico Fellini, sem a magnífica trilha de Nino Rota? Pensar em 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, sem a valsa de Richard Strauss, em Os Girassóis da Rússia, de Vittorio de Sica, sem a bela composição de Henry Mancini, ou mais recentemente em Manhattan, de Woody Allen, sem as músicas de George Gershwin? Muitas vezes, a música é um elemento tão importante quanto a imagem num filme – às vezes tão bem adaptada à narrativa que passa despercebida; em outras, torna-se elemento principal da cena.
Estudiosos afirmam que o espectador, mesmo assistindo a um filme mudo, elabora uma trilha sonora em sua cabeça – assim como cria as imagens ao ler um livro. E se, de repente, um filme criado ainda na era do cinema mudo, recebesse uma trilha sonora moderna, que funcione muito além do meramente ilustrativo? Esta é a proposta de CINE-CONCERTOS: criar uma trilha que seja capaz de sugerir tensões e sentimentos, conduzir a emoção e a atenção do espectador, fazê-lo perceber novas nuances da narrativa ou simplesmente diverti-lo, executando, ao vivo, uma trilha sonora original.
Quando o cinema surgiu no final do século XIX, ninguém o levou a sério. Mesmo os inventores, os irmãos Lumière, declararam que aquilo não passava de uma novidade tecnológica. A primeira tentação dos pioneiros realizadores foi fotografar o teatro, mas o resultado era “desastroso”, já que o cinema ainda não tinha conquistado a fala e ninguém poderia suportar uma “peça” em que as falas das personagens estariam dispostas em intertítulos colocados entre as cenas. Nos anos 20, movimentos de vanguarda na Rússia, França e Alemanha emanciparam de vez o cinema, alçando-o à categoria de arte, uma arte muda, uma arte das imagens.
A música, no cinema, veio antes dos ruídos e das falas. Surgiu quando pianistas foram escalados para acompanhar as projeções de filmes. O pianista, os grupos e depois as orquestras convidadas para colocar música original nos filmes sabiam que as cenas que viam nas telas de cinema poderiam receber um correspondente sonoro. Atmosferas, humores, climas de tensão, romance, tudo isso era passível de receber uma vestimenta sonora. Em 1927, inicia-se uma nova era na história do cinema, com o longa-metragem O Cantor de Jazz, de Alan Crosland, considerado o primeiro filme com fala e música sincronizadas.
PROGRAMAÇÃO
Quarta, 29/06
20h00 – Cinérir (70 min)
Quinta, 30/06
20h00 – Nanouk (70 min)
Sexta, 01/07
18h30 – Koko Le Clown (60 min)
20h00 – Cinérir (70min)
Sábado, 02/07
18h00 – Cinésclaff (70 min)
19h30 – Nanouk (70 min)
Domingo, 03/07
18h00 – Koko Le Clown (60 min)
19h20 – Chang (70 min)